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Os vitorianos não cobriam as pernas da mesa

“Há muito que passámos a Era Vitoriana quando os asteriscos eram seguidos após um certo intervalo por um bebé”. —W. Somerset Maugham

Em um Nutshell

Todos sabem que os vitorianos eram tão sexualmente reprimidos, que até cobriam as pernas das suas mesas e pianos – mas todos estão errados. Os vitorianos não fizeram tal coisa. É um mito iniciado por um escritor britânico do século XIX que não conhecia nada melhor.

O Todo o Bushel

A história dos vitorianos e o seu horror de pernas de piano não expostas continua a aparecer, apresentada como facto em livros e programas de televisão. A origem pode ser atribuída a Frederick Marryat, autor de numerosas aventuras populares no mar e outras obras. Seu diário de viagem, Diary in America; With Remarks On Its Institutions, publicado em 1839, foi escrito durante um tour pelos Estados Unidos. Enquanto lá, Marryat visitou um seminário feminino onde descobriu que as pernas do piano estavam envoltas em pequenas pantalonas desfeitas. A directora disse-lhe que tinha coberto as pernas para “preservar na sua máxima pureza as ideias das jovens senhoras a seu cargo”

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Ou a directora era algo como um louco ou Marryat foi espancado. Não há provas no registo histórico de que este suposto costume tenha sido generalizado. Na verdade, as lindas pantalonas eram muito provavelmente coberturas de poeira, escondendo danos, ou mera decoração.

A imprensa britânica da época pegou a história de Marryat e correu com ela, uma vez que a sociedade americana e suas maneiras puritanas, puritanas, excessivamente fastidiosas e ridículas eram consideradas gaúchas e muito inferiores às de seus primos do outro lado do lago. O mito das pernas de piano foi ressuscitado no século XX por dramaturgos e autores como estenografia da repressão vitoriana, mas desta vez, a bunda da piada foram os próprios britânicos.

Show Me The Proof

Projeto Gutenberg: Diary in America
The Smart Set: Quick, Jeeves, Cover the Piano Legs!