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Por que o Novo Testamento existe?

Existem aqueles na comunidade acadêmica que realizam estudos canônicos que têm colocado a questão: “Porque é que existe um Novo Testamento?” Alguns cometeram o erro de que a igreja primitiva produziu o cânon como reação contra falsos professores como Marcion (que estava fazendo seu próprio cânon) nos séculos II e III d.C. Esses estudiosos acreditam que o cânon do Novo Testamento é um pensamento posterior para ajudar a equipar a vida da igreja.

Existem várias respostas para abordar esta mesma questão que podem ser encontradas nas Escrituras:

Primeiro, Jeremias profetizou que haveria um novo pacto (Jeremias 31:31-34). O novo pacto declara: “Eu porei a Minha lei na mente deles, e a escreverei em seus corações; e Eu serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo.” É muito importante perceber que um pacto tinha uma documentação escrita. Se o antigo pacto tivesse documentação escrita, e o novo pacto fosse superior ao antigo pacto, então seria o caso de que o novo pacto também teria documentação escrita. Vemos que Paulo se descreve como um ministro do novo pacto em 2 Coríntios 3 onde ele quer ver a lei de Deus escrita nos corações de Seu povo.

Segundo, os judeus que viviam no primeiro século d.C. esperavam que Deus cumprisse as promessas que Ele tinha feito no antigo pacto. Israel ainda estava no exílio espiritual e precisava retornar a Deus. Vemos no Novo Testamento que havia muitos judeus que tinham essas expectativas (Lucas 2:38; 24:21; Atos 1:6). A história do Antigo Testamento era incompleta e precisava ser terminada. É muito interessante que o arranjo hebraico do Antigo Testamento consiste em ter 1 & 2 Crônicas juntas como o último livro onde vemos que há genealogias, uma esperança de um retorno ao trono davídico, e um retorno do exílio. Mateus começa com uma genealogia de Jesus (Mateus 1:1-17), Jesus seria o herdeiro legal do trono de Davi (Mateus 1:1,6,17,20), e Jesus é Aquele que libertará Israel do exílio espiritual (Mateus 1:21). Mateus (junto com os outros escritores do Novo Testamento) continua a narrativa do grande plano de redenção de Deus.

Terceiro, Jesus encarregou os apóstolos de serem guiados pelo Espírito Santo em toda a verdade (João 14-16). Primeiro, isto começou como uma proclamação oral, mas eventualmente os apóstolos (junto com outros profetas) escreveram epístolas para as congregações que eles ministraram. Estas epístolas foram consideradas inspiradas e autorizadas (1 Coríntios 14:37; 2 Tessalonicenses 2:15; 2 Pedro 3:15,16; 1 Timóteo 5:18; 2 Tessalonicenses 3:14). A igreja primitiva recebeu o que era conhecido como as Escrituras que estavam no mesmo nível do cânon autoritário do Antigo Testamento (2 Timóteo 3:16-17).

Desde que toda autoridade é dada a Jesus e desde que seremos julgados pelas palavras de Jesus (o Novo Testamento) no último dia (João 12:48), é lógico que precisaríamos das palavras escritas de Jesus como um guia para a vida eterna (Hebreus 1:1-2; 1 João 5:13).